O estudo em questão analisa os benefícios da implantação de um programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral realizado com funcionários dos mais diversos setores de trabalho de uma Instituição de Ensino Superior localizada na cidade de Apucarana – Pr, aplicada por estagiários do 8º semestre do curso de Fisioterapia, supervisionados pelo docente responsável pelo Estágio de Fisioterapia Preventiva e do Trabalho. A pesquisa foi realizada durante apenas três meses, de setembro a novembro de 2008, sendo a Cinesioterapia/Ginástica Laboral aplicada três vezes por semana durante 15 minutos no início da jornada de trabalho dos participantes. A partir da aplicação e análise de questionários respondidos pelos 20 participantes, antes e após a implantação do Programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral, concluiu-se que este programa sendo planejado, desenvolvido e aplicado com uma metodologia coerente e por profissionais capacitados contribui para a saúde e a qualidade de vida do trabalhador, uma vez que seus benefícios vão além do ambiente de trabalho, pois o programa gera modificações na maneira de pensar dos participantes além dos benefícios no relacionamento com outros trabalhadores e melhora das queixas de dores/desconfortos osteomioarticulares, mesmo sendo aplicado com um curto espaço de tempo, ou seja, por apenas três meses.
O estudo relata uma pesquisa de campo desenvolvida em uma Instituição de Ensino Superior – FAP – Faculdade de Apucarana, localizada na cidade de Apucarana, ao norte do estado do Paraná, onde estagiários do 8º Semestre do curso de Fisioterapia, sob supervisão do docente responsável pelo Estágio de Fisioterapia Preventiva e do Trabalho, aplicaram as atividades e exercícios, três vezes por semana, durante 15 minutos, nos meses de setembro, outubro e novembro do ano de 2008. Foi realizado o Programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral com 20 trabalhadores desta instituição, logo no início da jornada de trabalho dos participantes que desempenham suas atividades nas diferentes áreas profissionais, dentre elas: serviços gerais; laboratório; recursos humanos; setor financeiro e compras; recepção; secretaria; direção; biblioteca; almoxarifado; protocolo e assessoria jurídica.
RESULTADOS
Dos trabalhadores que responderam aos questionamentos, 60% (12) trabalham há mais de 1 ano na instituição e 40% (08) há menos de um ano; 80% (16) são do sexo feminino e 20% (04) do sexo masculino; sendo 80% (16) destes considerados sedentários e apenas 20% (04) possuem uma atividade física regular; 80% (16) dos questionados relataram boa qualidade de sono contra 20% (04) que relataram qualidade de sono ruim; 90% (18) deles referem não possuir outra atividade de trabalho e 10% (02) relataram possuir outra ocupação. Todos realizaram o Programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral – PCGL três vezes por semana durante os três meses das atividades aplicadas. Através desta pesquisa podem ser analisados diferentes aspectos dos benefícios do PCGL.
Gráfico 1 – Importância e Conscientização da realização do Programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral .Início da Atividades.
70,00% – Muito importante
25,00% – Importante
5,00% – Mais ou menos importante
0% – Não achav am importante
Gráfico 2 – Importância e Conscientização da realização do Programa de Cinesioterapia/Ginástica Laboral. Fim das Atividades.
95,00% – Muito importante
5,00% – Importante
0% – Mais ou menos importante
0% – Não achavam importante
Gráfico 3 – A relação interpessoal no ambiente ocupacional. Início das atividades.
80% – Satisfeitos
10% – Indiferente
10% – Insatisfeitos
Gráfico 4 – A relação interpessoal no ambiente ocupacional. Fim das atividades.
100% – Satisfeitos
0% – Indiferente
0% – Insatisfeitos
Gráfico 5 – Em relação a queixas de dores/desconfortos osteomioarticulares. Início das atividades. Queixas de dores/desconfortos osteomioarticulares (Início das Atividades)
44,00% – Região lombar
28,00% – Região Membro Superiores
24,00% – Região cervical
4,00% – Região Membros Inferiores
Gráfico 6 – Em relação a queixas de dores/desconfortos osteomioarticulares. Fim das atividades.
28,57% – Região cervical
4,76% – Região Membros Inferiores
33,33% – Região MembroSuperiores
33,33% – Região lombar
CONCLUSÃO
De acordo com o estudo em questão, fica comprovado que o PCGL, quandobem orientado e planejado, traz grandes benefícios para seus participantes. Analisou-seno trabalho apresentado que três meses de aplicação do PCGL é muito pouco para severificar grandes melhoras em relação a queixas de dores/desconfortos dostrabalhadores, porém houve diminuição considerável das queixas dos participantes emregião lombar. Analisou-se também a melhora do relacionamento interpessoal no ambiente ocupacional e a conscientização sobre o PCGL e a saúde corporal de cadatrabalhador participante. O PCGL promove uma reflexão despertando o interesse daspessoas a pensar a respeito de si mesmas, de sua qualidade de vida e seu nível de bemestar,levando à mudança no estilo de vida e à compreensão da importância dosexercícios laborais.Pode-se usar uma citação de Lima (2003) como exemplo a ser seguidopelas instituições e empresas sobre a implantação do PCGL: “Programas que estimulematividades e estilo de vida saudável estão contribuindo para a cultura das empresas,sendo que há um crescente entendimento de que a saúde de uma empresa pode serafetada pela vitalidade e saúde de seus funcionários”.Além de ser mais um objeto de informação para aqueles que demonstrareminteresse nesta temática, com os resultados desta pesquisa, observa-se a abrangênciados benefícios que o PCGL podem proporcionar, visto que não se limita apenas aosbenefícios físicos no ambiente de trabalho. Um PCGL planejado, desenvolvido e aplicadocom uma metodologia fundamentada e por um profissional capacitado possui variadosbenefícios à saúde e à vida do trabalhador.
REFERÊNCIAS
BAÚ, Lucy M. S. Fisioterapia do Trabalho: ergonomia, legislação, reabilitação. Curitiba –PR: Clãdosilva, 2002.COUTO, Hudson de A. Ergonomia aplicada ao trabalho: Conteúdo básico: guiaprático. Belo Horizonte: Ergo Editora, 2007.GRANDJEAN, Etienne. Manual de Ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. Trad.João Pedro Stein. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.LIMA, Valquíria de. Ginástica Laboral: atividade física no ambiente de trabalho. SãoPaulo: Phorte, 2003.MENDES, Ricardo A; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: Princípios Aplicações Práticas.Barueri – SP: Manole, 2004.MILITÃO, Angeliete G (2001). A influência da Ginástica Laboral para a saúde dostrabalhadores e sua relação com os profissionais que a orientam.https://www.dahel.com.br/ep/gl%201.pdf [24 mar. 2008].PEREIRA, Erimilson R. Fundamentos de Ergonomia e Fisioterapia do Trabalho. Riode Janeiro: Taba Cultural, 2001.POLITO, Eliane; BERGAMASHI. Ginástica Laboral: teoria e prática. 2. ed. Rio deJaneiro: Sprint, 2003.