Introdução
A Economia está cada vez mais dependente das micro e macro empresas, as quais contribuem para a promoção do aumento dos índices de emprego, qualidade devida, possibilitando o crescimento e desenvolvimento das nações.Neste cenário pode-se incluir a ciência do conforto chamada Ergonomia, a qual tem condições de contribuir imensamente para um maior sucesso deste.A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem (VIEIRA, 2007; IIDA,2005). Foi definida como “o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, segurança e eficiência”. Segundo Rio (2001), é uma das mais importantes vertentes para a saúde ocupacional. Adicionado a isto, o grau de envolvimento da empresa como um todo é de suma importância para que haja uma melhoria contínua na segurança, satisfação, com redução de erros e acidentes, dando condições apropriadas para a saúde dos colaboradores e, como conseqüência, obtendo maior produtividade e lucratividade, diminuição do stress e melhoria na qualidade do trabalho.Portanto, para um estudo ergonômico é importante se conhecer as características do homem (aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, sociais, assim como idade, sexo,treinamento e motivação); da máquina (equipamentos, ferramentas, mobiliários e instalações); do ambiente físico do trabalhador (temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores,gases, etc.), além das possíveis conseqüências do trabalho, entre outros.A versão ampliada da ergonomia, denominada macroergonomia é definida por Iida(2005) como o desenvolvimento e aplicação da tecnologia na interface homem-máquina,em um nível macro, ou seja, em toda a organização. De acordo com Zerbetto et al.(2009), a abordagem macroergonômica mostra que aspectos de ordem social, política,psicológica e organizacional são tão importantes, quanto os aspectos de ordem física e ambiental.Dois pontos ainda devem ser lembrados. A abordagem macroergonômica inicia-se tendo como característica a abordagem top-down, detectando as variáveis relevantes do sistema socio técnico e suas implicações para o projeto de toda a estrutura de trabalho e processos relativos; e torna-se bottom-up na medida em que estas variáveis estimadas são abordadas por métodos de ergonomia participativa (KLEINER, 1998).Segundo Villas-Bôas (2009), a ergonomia participativa proporciona aos empregados maior satisfação, motivação, desempenho profissional e integridade dasaúde física destes, fazendo com que haja uma diminuição dos casos de LER/DORT no trabalho executado.O método aplicado nesta pesquisa trabalha com a ergonomia paricipativa, onde os colaboradores podem apontar os Itens de Demanda Ergonômicas (IDE´s) conforme suavisão da atividade laboral que exerceCom base nestes apontamentos o objetivo desta pesquisa foi realizar uma Análise Maroergonômica do Trabalho (AMT) no setor de polimento de uma Empresa Moveleira localizada no Paraná, podendo assim, entender o trabalho realizado na empresa estudada e quais suas principais demandas. Assim, após esta fase do trabalho, pretendese propor melhorias para se alcançar o máximo de conforto e segurança no ambiente de trabalho.
Metodologia
O estudo apresentado usou como método a Análise Macro ergonômica do Trabalho(AMT), que consiste em um levantamento com a participação efetiva e constante dos colaboradores.A coleta de dados junto aos colaboradores para a identificação dos Itens de Demanda Ergonômica (IDE’s) foi realizada por meio de entrevistas que proporcionaram a elaboração de questionários aplicados posteriormente, seguindo as recomendações do método proposto por Fogliatto e Guimarães (1999). A entrevista aberta com os funcionários permitiu coletar os Itens de Demanda Ergonômica de uma amostra de 15funcionários. Estes foram questionados individualmente no posto de trabalho sobre o desenvolvimento de sua função no que diz respeito aos aspectos organizacional, físico,ambiental e interpessoal, solicitando aos mesmos que apontassem os problemas que mais os incomodavam em suas atividades diárias.Foram realizadas perguntas como: “O que mais o incomoda no trabalho?”; “Cite 3itens em ordem decrescente que atrapalham o desenvolvimento do seu trabalho”. Os itens relatados nas entrevistas foram organizados pela ordem de citação, sendo o peso de importância aferido pelo recíproco da respectiva posição relatada, ou seja, ao item mencionado na péssima posição foi atribuído o peso 1/p.Sendo assim, o primeiro item relatado recebeu o peso 1/1 = 1, o segundo 1/2 = 0,5e o terceiro 1/3 = 0,33.Com base no ranking dos IDE´s obtido pela somatória dos pesos de cada IDE´s,foi elaborado um questionário estruturado, aplicado a todos os funcionários entrevistados anteriormente. As questões foram desenvolvidas baseadas nos Itens de Demanda Ergonômica e foram respondidas pela marcação de um “X” em uma escala contínua de15 cm, com duas âncoras, uma no início e outra no final da linha (STONE et al., 1974). A marcação teve como critério (0) insatisfação e (15) satisfação. Para cada item avaliado foi obtido um valor e a partir da média aritmética das respostas de cada questão se chegou ao resultado final desta etapa da pesquisa.
Conclusão
Pode-se verificar por este trabalho que a Análise Macro ergonômica é de fundamental importância para a identificação de problemas nas empresas, os funcionários foram extremamente receptivos e colaborativos, pois demonstraram serem os maiores interessados nas futuras modificações do setor estudado e da empresa em geral,relatando que com as devidas mudanças terão maior conforto e bem estar, e certamente ocorrerá o aumento da produtividade, da qualidade de vida e, conseqüentemente, maior lucro para a empresa.Os problemas apresentados pelos trabalhadores demonstrados no gráfico dos questionários aplicados são de importância relevante quando se fala de motivação e satisfação no trabalho, sendo que estes podem ferir diretamente a saúde financeira da empresa. Portanto, é necessário que haja prioridade no momento de desenvolver propostas de melhorias no ambiente de trabalho.Vale ressaltar que utilização da ergonomia participativa como uma nova frente da ergonomia convencional, mostrou a sua eficácia na identificação das reais demandas ergonômicas sob a visão do trabalhador; a participação deste foi essencial no desenvolvimento de mudanças propostas para a empresa e deve ser sempre levada em consideração, afinal, é o trabalhador que passa a maior parte do tempo em contato com o ambiente de trabalho.Os resultados obtidos nesta pesquisa serão entregues à diretoria da empresa para que os dados sejam analisados e, posteriormente, aplicados as propostas de melhoria.Por fim, é importante salientar que este método foi altamente envolvente, num sentido amplo, pois tanto pesquisadores como funcionários se transformaram em cúmplices durante todo o desenvolvimento da pesquisa, e isto colaborou para o sucesso das propostas finais apresentadas e futuramente implantadas na empresa.
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